
As inscrições estão abertas até 20 de novembro para a edição de 2026 da Mostra Itinerante Cinema de Sala, que acontecerá de 14 a 23 de janeiro nas cidades de Corumbá, Ladário, em Mato Grosso do Sul, e Puerto Quijarro, na Bolívia. O evento gratuito visa celebrar o cinema sul-mato-grossense ao exibir filmes em espaços públicos como praças e ruas, promovendo um intercâmbio cultural na fronteira entre Brasil e Bolívia.
A mostra, idealizada por Salim Haqzan, deriva do Cineclube Cinema de Sala, que desde 1998 realiza exibições e debates no Pantanal. O projeto evoluiu de uma pequena TV para uma estrutura itinerante com tela inflável de quatro metros e som de alta qualidade. O evento é um espaço de reconhecimento do audiovisual local e de inclusão, oferecendo recursos como audiodescrição e intérpretes de Libras. Interessados podem se inscrever online até a data limite.
A Mostra Itinerante premiará 11 produções de Mato Grosso do Sul realizadas entre 2024 e 2025. Serão premiadas três obras de até 20 minutos com 1,5 mil reais cada, seis filmes de até 5 minutos com 500 reais cada, e dois audiovisuais experimentais, também premiados com 500 reais. Além das exibições, o evento terá debates e atividades formativas, buscando valorizar a produção do interior do país.
"O Cinema de Sala não é só exibição, é encontro. Vemos no cinema um meio para provocar o diálogo e aproximar o público", explica Salim Haqzan.
Diego Cafola, produtor executivo, destaca a importância do projeto para o reconhecimento das obras regionais. A mostra serve como plataforma para difundir e discutir a identidade audiovisual brasileira e boliviana, oferecendo visibilidade a artistas de áreas periféricas e nutrindo a cadeia produtiva de cinema local.
Durante dez dias, o público da região fronteiriça entre Brasil e Bolívia participará de um intercâmbio cultural promovido pela mostra. O projeto é apoiado pela Política Nacional Aldir Blanc e pelo Ministério da Cultura, gerenciado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, somando esforços para enriquecer o arco cultural regional e expandir o alcance das produções locais.
Cafola reforça que democratizar o audiovisual não é apenas produzir filmes, mas garantir que todos possam assistir e discutir as obras.
A premiação busca fortalecer não apenas o reconhecimento artístico, mas também incentivar novas produções. Abrange uma diversidade estética e narrativa, beneficiando tanto cineastas estreantes quanto artistas já consolidados nas regiões fronteiriças. O evento não só exibe filmes, mas também reafirma o poder compartilhador do cinema, integrando comunidades distintas através da arte.