
Com o avanço dos assistentes virtuais, a interação com dispositivos inteligentes se tornou comum no cotidiano. A proposta de incorporar personagens com características humanas em ambientes de trabalho levanta questões sobre as vantagens e desvantagens desse tipo de inteligência artificial (IA) no cotidiano corporativo.
Uma pesquisa liderada pelo Professor Jochen Menges explora essas questões, destacando como os funcionários reagem emocionalmente a agentes de IA com personalidades distintas. Isso se torna relevante à medida que existem previsões de que ambientes de trabalho possam integrar o mundo real com tecnologias virtuais de forma crescente.
O estudo enfatiza que considerar as emoções dos usuários no desenvolvimento de agentes de IA humanóides é crucial para projetistas e administradores. Professor de Liderança na Cambridge Judge Business School, Jochen aponta que, apesar dos chatbots iniciais apresentarem vozes monótonas, as novas características antropomórficas aprimoram a interação, mesmo que possam existir desafios de implementação.
"É importante garantir que o design dessas tecnologias melhore o envolvimento dos colaboradores, contribuindo para um ambiente corporativo mais positivo", destaca Jochen.
A pesquisa intitulada "When AI gets personal: employee emotional responses to anthropomorphic AI agents in a virtual workspace", coautorada por membros de universidades renomadas, investiga como esses agentes da IA influenciam o local de trabalho, principalmente em funções autônomas dentro das organizações.
Participantes na Suíça reagiram a três tipos de agentes de IA em um escritório virtual. Do agente baseado em texto a robôs de mesa inspirados em formas humanas, a pesquisa revelou que interações visuais com os agentes geravam emoções similares às de encontrar uma pessoa real, promovendo a curiosidade e o engajamento.
A novidade de interagir com agentes de IA visualizados em ambientes virtuais desperta respostas emocionais, akin a encontros com pessoas reais, afirmam os pesquisadores.
Analisou-se também a confiança e a sensação de proximidade que os agentes de IA podem proporcionar, apesar de alguns participantes relatarem emoções negativas como frustração e perda de autonomia.
A pesquisa identificou que a confiança em agentes humanizados estava associada à sensação de familiaridade. No entanto, quando esses agentes não compreendiam instruções facilmente, surgiu uma tolerância e aceitação implícitas. Isso destaca a importância do design adequado para evitar o sentimento de inutilidade e desconforto.
Aparências humanizadas podem cruzar limites aceitáveis de interação homem-máquina, alterando percepções usuais dos indivíduos.
A pesquisa sugere que diretrizes claras e treinamento adequado podem mitigar as preocupações, tratando a IA como uma ferramenta colaborativa sob direção humana, ressaltando a importância de manter habilidades humanas no cerne das organizações.