Sábado, 06 de Dezembro de 2025

Isenção do IR para até 5 mil reais injetará R$ 28 bilhões na economia, diz Lula

Medidas de desoneração para trabalhadores e aumento da taxação para super-ricos entrarão em vigor a partir de janeiro, buscando reduzir a desigualdade.

01/12/2025 às 10:01
Por: Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, em cadeia nacional de rádio e televisão no último domingo, 30 de novembro de 2025, que a nova política de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até 5 mil reais, combinada com o aumento da taxação sobre altas rendas, resultará na injeção de 28 bilhões de reais na economia. As duas medidas, sancionadas na quarta-feira anterior, dia 26, entrarão em vigor a partir de janeiro, marcando um passo significativo na agenda governamental.

 

O pronunciamento, que durou aproximadamente seis minutos, enfatizou a concretização de uma das principais promessas de campanha de 2022. Além da reforma no Imposto de Renda, o presidente destacou outras iniciativas de seu governo, como a criação dos programas Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo, reforçando o compromisso com a melhoria das condições de vida da população brasileira.

 

Combate à Desigualdade e Justiça Social

Em sua fala, o presidente afirmou que, graças a essas e outras políticas implementadas, a desigualdade social no Brasil atingiu o menor patamar da história. No entanto, ele ressaltou que o país ainda permanece entre os mais desiguais do mundo, apontando que o 1% mais rico da população concentra 63% da riqueza nacional, enquanto a metade mais pobre detém apenas 2%.


“Graças a essas e outras políticas, a desigualdade no Brasil é hoje a menor da história. Mesmo assim, o Brasil continua a ser um dos países mais desiguais do mundo. O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país, enquanto a metade mais pobre da população detém apenas 2% da riqueza”, declarou o presidente.


Lula enfatizou que a alteração no Imposto de Renda representa um avanço crucial para modificar essa realidade, mas salientou que é apenas o início de um processo. O objetivo é assegurar que a população brasileira tenha acesso e direito à riqueza que produz, fruto de seu trabalho, mantendo o compromisso de combater privilégios em prol dos direitos e oportunidades de muitos.

 

Impacto Econômico e Compensação Fiscal

Para ilustrar o benefício direto aos trabalhadores, o presidente apresentou um cálculo: uma pessoa com salário de 4.800 reais poderá economizar até 4 mil reais em um ano com a isenção do Imposto de Renda, o que equivale a quase um 14º salário. Esse montante adicional nas mãos dos beneficiados impulsionará a economia, conforme a estimativa de 28 bilhões de reais anunciada.

 

A compensação para os cofres públicos, por sua vez, virá da taxação dos chamados “super-ricos”, ou seja, indivíduos que recebem rendimentos significativamente maiores que a vasta maioria da população. Serão aproximadamente 140 mil contribuintes de alta renda incluídos em uma nova cobrança de 10% sobre seus ganhos, garantindo a sustentabilidade fiscal da medida.

 

Detalhamento da Tabela do Imposto de Renda

É importante destacar que a nova legislação não promove uma correção integral da tabela do Imposto de Renda. A medida consiste na aplicação de isenção e descontos específicos para as novas faixas de renda contempladas. Dessa forma, quem possui rendimentos superiores a 7.350 reais continuará sujeito à alíquota de 27,5% do Imposto de Renda. Uma correção completa da tabela, segundo cálculos do governo, custaria mais de 100 bilhões de reais anualmente.

 

Desde 2023, o governo já assegura a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, beneficiando as faixas mais baixas. Atualmente, a tabela do IR é composta por cinco alíquotas: zero, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

 

Taxação dos Mais Abastados

Para equilibrar a perda de arrecadação decorrente das isenções, o texto legal estabelece uma alíquota extra progressiva de até 10% para aqueles que recebem mais de 600 mil reais por ano, o equivalente a 50 mil reais por mês. Essa medida afetará cerca de 140 mil contribuintes, sem alterar a situação de quem já recolhe 10% ou mais.

 

Atualmente, pessoas físicas de alta renda no país recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5% de Imposto de Renda sobre seus rendimentos totais, incluindo lucros e dividendos. Em contraste, trabalhadores em geral pagam, em média, de 9% a 11% de IR sobre seus ganhos. A legislação também exclui determinados tipos de rendimentos dessa contagem, como ganhos de capital, heranças, doações, rendimentos acumulados e aplicações isentas, como poupança, aposentadorias por moléstia grave e indenizações. Adicionalmente, a lei estabelece limites para evitar que a soma dos impostos pagos pela empresa e pelo contribuinte exceda percentuais fixados para empresas financeiras e não financeiras, garantindo restituição na declaração anual se for o caso.

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